quarta-feira, 8 de junho de 2011

"As Vantagens de Ser Invisível" de Stephen Chbosky









Título: As Vantagens de Ser Invisível
Tradução de: The Perks of Being a Wallflower
Autor: Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Ano: 2007


     Mais íntimas do que um diário, as cartas de Charlie são estranhas e únicas, hilárias e devastadoras. Não se sabe onde ele mora. Não se sabe para quem ele escreve. Tudo o que se conhece é o mundo que ele compartilha com o leitor. Estar encurralado entre o desejo de viver sua vida e fugir dela o coloca num novo caminho através de um território inexplorado. O mundo dos primeiros encontros amorosos, dramas familiares e novos amigos. O mundo de sexo, drogas e do Rocky Horror Picture Show, quando o que todo mundo quer é aquela música certa que provoca o impulso perfeito para se sentir infinito. (Divulgação)




        Nas últimas semanas li livros muito bons, mas nem sempre sinto aquela vontade de fazer um post, muitas vezes porque o livro já tem inúmeras resenhas por aí e eu concordaria com as opiniões da maioria delas. Em outros casos eu não sei mesmo como escrever o que eu achei do livro, penso que algumas histórias são simplesmente maravilhosas e dispenso quaisquer comentários adicionais. Depois de ter lido "Questões do Coração" (Emily Giffin -  Lindo!) e "Anna e o Beijo Francês" (Stephanie Perkins - Delicioso!!!), "As Vantagens de Ser Invisível" foi a grande surpresa da semana. 

        Ouvi falar do livro porque ele está sendo adaptado para o cinema com um elenco de deixar qualquer um esperando ansiosamente. Com nomes como Emma Watson (Harry Potter), Logan Lerman (Percy Jackson), Nina Dobrev (Vampire Diaries) e Kate Walsh (Private Practice), o filme está em processo de filmagem e até achei um cartaz que eu não sei se é montagem ou oficial, mas vou colocar aqui:






          Lindo, né? Espero que seja oficial!

       Continuando... Tendo visto comentários sobre como o livro era ótimo, resolvi correr atrás do meu exemplar. Só que para minha decepção eu não encontrava o livro em livraria nenhuma, virtual ou física. A solução foi encomendar, e eu estava disposta a tudo para ler esse livro. E valeu a pena!
       
     O personagem principal, Charlie, é um garoto de 16 anos que narra através de cartas suas desventuras durante o primeiro ano do segundo grau. O único amigo de Charlie até então comete suicídio e, de repente, Charlie começa a prestar atenção em sua própria existência. Sabe aquela antiga frase "Cabeça vazia é oficina do diabo"? Pois então, quando nosso protagonista resolve deixar os pensamentos correrem soltos, o que nasce disso é um estado de espírito bastante bipolar. E Charlie é assim, sensível e forte ao mesmo tempo, mas o que mais engrandece esse personagem é sua inocência diante dos bichos de sete cabeças que aparecem em seu cotidiano. Tudo é descrito com tanta inocência que choca. 

        Charlie nos conta que sua família sabe que ele precisa de ajuda para enfrentar a vida. Ele já tinha ido ao psiquiatra quando uma tia muito próxima faleceu. Depois desse episódio Charlie parece sensibilizado demais. Ele é um garoto que chora quando se emociona e não esconde isso de ninguém. E o mais legal, ele chora com tudo, feito uma mocinha! rsrsrs.  E isso não faz de Charlie um ser humano fraco. Ele presencia coisas muito ruins, e sempre põe sobre elas um olhar cuidadoso e questionador. Mais uma coisa fantástica sobre esse garoto: ele deseja que todos sejam felizes, e deseja de coração. Ele deseja a felicidade da garota por quem está apaixonado, mas que namora outro cara. Ele se sente feliz com qualquer demonstração de afeto vinda de outro ser humano e se emociona facilmente com as pequenas conquistas dentro de sua casa. Sua irmã mais velha está sempre mandando ele calar a boca, mas Charlie fica extremamente feliz quando ela lhe dá atenção. Agora se você pensa que Charlie é a versão feminina de "Pollyanna", não se engane...

       Eu gostaria de contar tudo sobre Charlie, mas acho que essa é uma leitura que cada um deve fazer sozinho. Como o próprio personagem ao descobrir a tristeza pelas perdas, a ânsia por novas amizades, as lições de como as drogas podem ser terríveis e os drogados serem indivíduos que precisam de atenção. Posso dizer que poucos livros mexeram comigo como "As Vantagens de Ser Invisível". Me sinto grata pela narrativa leve sobre temas pesados, e acima de tudo pelo olhar ingênuo e esperançoso de Charlie, que ainda acredita na bondade dos seres humanos mesmo quando os que deveriam tê-lo amado mais optaram por quebrá-lo por dentro. Esta é uma história sobre como se consertar, juntar os pedaços e se descobrir pessoa.

     "Foi uma experiência maravilhosa. É estranho descrever a leitura de um livro como uma experiência maravilhosa, mas foi o que eu senti. (...) E a melhor parte é que peguei o que a autora escreveu e adaptei à minha vida. Talvez seja isso o que significa ser um filtro. Não tenho certeza." (pág. 178)