quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"Just Listen: A garota que esconde um segredo" de Sarah Dessen











Título: Just Listen: A garota que esconde um segredo
Tradução de: Just Listen
Autora: Sarah Dessen
Editora: Farol
Ano: 2010
 
 
 
 
 
       Depois de ter sido pega com o namorado da melhor amiga numa festa, Annabel Green começa o ano letivo sendo ignorada pelo resto da escola. Mas o que realmente aconteceu naquela noite ainda é segredo, que ela não se arrisca a contar para ninguém.
       Os problemas de Annabel são explicitados pela recusa da família em admitir os próprios problemas: a fissura da mãe para que as filhas virem modelos famosas e Whitney, a irmã do meio, que sofre de anorexia.
      Uma amizade com Owen, o DJ da rádio comunitária, que tenta constantemente ampliar os gostos musicais de Annabel, fará a tímida jovem a aprender a falar a verdade, doa em quem doer.
       Ele tem uma missão quase impossível: fazer com que Annabel "Não pense nem julgue. Apenas ouça".
 
 
 
 
 
       É com muito prazer que venho falar deste livro encantador. "Just Listen" foi uma recomendação da minha irmã, a Mônica, que o colocou na listinha de livros que ela gostaria de ganhar. Achei o título interessante, embora temesse que fosse um livro que falasse sobre  música o tempo inteiro. Mas não foi assim. Admito que quando pus os olhos na capa do livro, não gostei. "Que capa mais sem graça", foi o que pensei. Mas mesmo cheia de dúvidas, confiei no gosto da Mônica e comprei o livro.
 
      A história é narrada em primeira pessoa, pela Annabel, a personagem central do livro. Apesar de trabalhar como modelo teen - o que pode nos levar a pensar que ela seja uma garota bobinha - Annabel é uma jovem bastante madura. Isso contribui para quebrar o tabu de que modelos são fúteis. Na verdade, as duas irmãs mais velhas de Annabel também foram modelos, e, de diferentes maneiras, seguiram caminhos de crescimento pessoal durante a história.
 
       Annabel esconde um segredo que a atormenta e impede que ela se relacione com outras pessoas de maneira honesta. Ela não consegue se abrir e deixar os outros a verem como ela realmente é. A maioria dos colegas da escola pensam que ela é uma vadia por ter ficado com o namorado da amiga Sophie, mas Annabel não consegue explicar o que realmente aconteceu. A anorexia crônica que sua irmã Whitney vivia estava na cara, mas Annabel não se sentia capaz de gritar para os seus pais "Vocês não estão vendo que ela está se matando?". Então a garota leva consigo os problemas do mundo.
 
        É quando Owen entra na história. Ele já estudava com Annabel, mas era visto por ela e por todos como um encrenqueiro. Só que, quando Annabel passa a ser ignorada pelas amigas, ela vai se sentar no muro dos excluídos na hora do intervalo. Lá ela começa a prestar atenção em Owen, que está sempre com fones nos ouvidos, e se pega imaginando que tipo de música ele estaria ouvindo.
 
         Quando Annabel entra em uma briga com a tal ex-amiga Sophie, Owen a ajuda a se recuperar e dá carona a ela depois da aula. A amizade que cresce a partir de então é muito interessante. É sólida e não parece haver outros interesses envolvidos. Acho que isso faz com que o leitor torça mais ainda para que Annabel e Owen fiquem juntos. 
 
         Quanto ao segredo de Annabel, a autora vai dando pistas ao leitor ao longo do livro. Então, quando chegamos a conhecer o segredo, ele nos surpreende pela forma com que Annabel lidou com a situação, mais do que pelo fato da "situação" em si.
 
          Eu não posso contar tudo sobre o livro, mas posso dizer que gostaria que ele fosse adaptado para o cinema e até imaginava uma certa atriz fazendo a Annabel (isso eu guardo pra mim, rs). É uma história linda, que mereceu todos os prêmios que ganhou (Booksense Top Ten Pic, ALA Best Book for Young Adults, YALSA Teen's Top Ten). Dou 5 ESTRELAS com muito carinho para esse livro todo especial!
 
         "Don't think or judge. Just listen." (And read!!!)
 
          xoxo
          Marcia 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

"Crescendo" de Becca Fitzpatrick








Título: Crescendo
Tradução de: Crescendo
Autora: Becca Fitzpatrick
Editora: Intrínseca
Ano: 2011




     A vida de Nora Grey ainda está longe de ser perfeita. Sofrer uma tentativa de assassinato não foi a melhor das experiências, mas, pelo menos Nora ganhou um anjo da guarda: Patch, que de angelical não tem absolutamente nada. Ele é lindo, irresistível, misterioso... e é seu namorado . O problema é que ele tem sido cada vez mais evasivo, e, o pior: parece muito interessado na grande inimiga de Nora, Marcie Millar.
      Não fosse isso, Nora jamais teria notado Scott Parnell, velho amigo da família, que acaba de voltar para a cidade. Ainda que na maior parte do tempo ele a deixe furiosa, é impossível não se sentir atraída. Lá no fundo, porém, ela tem certeza de que Scott guarda um segredo.
       Atormentada por constantes visões do pai, inexplicavelmente assassinado anos antes, Nora começa a se perguntar se há alguma conexão entre a morte dele e o fato de pertencerem a uma linhagem de nefilins. Nora quer descobrir o que realmente aconteceu, mas isso é muito arriscado. É melhor que algumas verdades fiquem mortas e enterradas - do contrário, podem destruir tudo aquilo em que você acredita.






     Primeiro eu preciso pedir desculpas aos leitores do blog por não haver uma resenha de "Sussurro", o primeiro livro da série "Hush Hush". É que quando li "Sussurro" eu ainda não tinha o blog e nem costumava escrever sobre os livros que lia em nenhum outro lugar. Só me lembro que eu queria muito que a série fosse lançada no Brasil e que no geral eu gostei muito do livro. Mas o mais sensato a fazer é aconselhar vocês a entrarem em um dos meus blogs parceiros, que têm links nesta página, e procurar neles uma boa resenha de "Sussurro".

      Agora pronta para falar sobre "Crescendo". Amei que o título do livro não precisou ser traduzido e confesso que esse fato me deixou com mais vontade de lê-lo. A capa também é muito bacana, e acho que transmite bem a idéia de que esse livro está mais centralizado em Nora e seus dilemas. A relação da garota com as decepções pelas quais ela passa é bastante visceral. Entretanto, em alguns momentos esses sentimentos deixavam de ser interessantes e beiravam o exagero. Também é exagero o número de vezes que Nora sai de casa  a qualquer hora do dia ou da noite dando vazão a impulsos. Ficou estranho porque em "Susurro" muito se falava que Nora morava no meio do nada e ela passou muitos apuros no caminho de casa mesmo estando de carro. De repente nada mais parecia importar. 

         Notei também a falta de continuidade em alguns quesitos da vida de Nora, como, por exemplo, o fato dela ter uma doença que a faz precisar tomar comprimidos à base de ferro. Isso parecia importante no primeiro livro, mas em "Crescendo" praticamente não houve menção ao problema. Junte a isso alguns deslizes de tradução que me deixaram pensando "Do que ela está falando?", "Será que eu perdi alguma coisa?". Mas nada foi pior do que sentir a narrativa "desesperada" de Becca. Bom, pelo menos pra mim estava mais pra desesperada do que eletrizante. Tem tanta informação despejada no leitor, que eu aposto que muita gente vai sentir que não está entendendo nada. Eu admito que me senti assim em várias partes do livro. 

         Scott, o novo garoto que deveria ser concorrente de Patch, não é nem metade interessante. Ele e Patch   têm alguns poucos desentendimentos, mas nada tão baixo nível quanto as brigas entre Nora e Marcie Millar.  Marcie também é rodeada de uma atmosfera de mistério durante todo o livro, mas infelizmente sua história não foi desenvolvida em "Crescendo". Ao que tudo indica, os mistérios de Marcie serão revelados no próximo livro da série, "Silence".

         Senti falta de MAIS Patch no livro. Patch é o elemento que dá vida à história de Nora, e também nos presenteia com seu charme e sarcasmo. Nora pareceu-me previsível e "burrinha" no melhor estilo "garota que pede pra morrer" nos filmes de terror. Ela dá mancada o tempo todo e descobre mais dúvidas do que soluções para os seus questionamentos. Vee, a melhor amiga de Nora, continua sendo "chatinha" pra mim. Era para ela ser engraçada, mas pra mim ela não é, e, as inúmeras tentativas de fazê-la mais engraçada ficaram forçadas demais. 

       Não me demorando mais nesse post, acho que ficou claro que o livro não me agradou muito, né? Gostaria de ter visto mais fundamento na mitologia criada por Becca, gostaria que Nora tivesse se divertido mais e chorado menos, e por isso dou 3 estrelas para "Crescendo". Momento de confissão: "Tormenta", de Lauren Kate, está bem melhor na minha opinião ( http://blogdollhouse.blogspot.com/2010/12/torment-de-lauren-kate.html )

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"Luxo" de Anna Godbersen








Título: Luxo
Tradução de: The Luxe
Autora: Anna Godbersen
Editora: Rocco
Ano: 2009




       Na virada do século XX, as belas irmãs Elizabeth e Diana Holland são as rainhas da vida social de Manhattan. Pelo menos, é o que parece.
       Quando as duas descobrem que sua posição na alta sociedade de Nova York não está nem um pouco segura, subitamente todos - incluindo Penelope  Hayes, uma alpinista social traiçoeira, Henry Schoonmaker, o mais charmoso solteiro da cidade, e Lina Broud, uma criada invejosa - ameaçam o futuro dourado de Elizabeth e Diana.
       O destino da família Holland está nas mãos de Elizabeth, que precisará escolher se vai cumprir suas obrigações ou seguir seu coração. Mas quando sua carruagem tomba às margens do rio Hudson, a garota que vivia figurando nas colunas sociais da cidade é engolida pela corrente gélida. Toda Nova York está em prantos e alguns começam a se perguntar se a vida deslumbrante de Elizabeth se tornara um fardo pesado demais para ela, ou se havia alguém que desejasse que a mais famosa jovem de Manhattan desaparecesse...



        A começar pela capa MA-RA-VI-LHO-SA, "Luxo" foi uma leitura que me conquistou completamente. 

         Os leitores podem ficar com o pé atrás ao saber que é uma história que se passa no ano de 1899, mas eu garanto que a vida dos personagens naquela época não é nem um pouco monótona. Com certeza a autora fez uma pesquisa e tanto sobre os costumes das famílias ricas de Nova York naquele período, mas a narrativa vai além de descrições chatas de paisagens e etc.

         As personagens são tão verdadeiramente pertencentes ao cenário de época, que algumas vezes me esquecia de que a autora é nossa contemporânea. Elizabeth, por exemplo, é uma garota genuinamente boa, mas que se mascara para não afundar dentro da sociedade. E a autora chama muito a atenção para o quão importante era ser perfeito aos olhos da sociedade. Daí vamos conhecer o dia-a-dia de uma garota de 17 anos que por mais gentil que seja, precisa manter seus criados na linha e não deixar transparecer fraqueza nunca.

         Não existe um herói romântico nesta história, e os relacionamentos são praticamente todos baseados em jogos de interesse. Henry Schoonmaker é um boêmio incorrigível que vive com medo de ser deserdado. Penelope Hayes é uma garota ambiciosa e mentirosa que faria qualquer coisa para tomar tudo da amiga-rival Elizabeth. Diana é a irmã mais nova de Elizabeth que sonha em ser livre da opressão da riqueza, mas não faz idéia de como o mundo a engoliria se ficasse pobre.

          Uma nota interessante: não é preciso celulares para que mensagens se espalhem com os mais proibidos conteúdos, pois estes adolescentes do século XIX dão seu jeito perfeitamente. E para quê blogs quando se tem colunistas sociais impiedosos?

          Cinco estrelas para a narrativa perfeita de Anna Godbersen e seus personagens tão vivos. Vale a pena se deixar levar pelo "Luxo" da sociedade novaiorquina de 1899. 

          Keep reading! E comentem, tá? 
          xoxo