quarta-feira, 8 de junho de 2011

"As Vantagens de Ser Invisível" de Stephen Chbosky









Título: As Vantagens de Ser Invisível
Tradução de: The Perks of Being a Wallflower
Autor: Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Ano: 2007


     Mais íntimas do que um diário, as cartas de Charlie são estranhas e únicas, hilárias e devastadoras. Não se sabe onde ele mora. Não se sabe para quem ele escreve. Tudo o que se conhece é o mundo que ele compartilha com o leitor. Estar encurralado entre o desejo de viver sua vida e fugir dela o coloca num novo caminho através de um território inexplorado. O mundo dos primeiros encontros amorosos, dramas familiares e novos amigos. O mundo de sexo, drogas e do Rocky Horror Picture Show, quando o que todo mundo quer é aquela música certa que provoca o impulso perfeito para se sentir infinito. (Divulgação)




        Nas últimas semanas li livros muito bons, mas nem sempre sinto aquela vontade de fazer um post, muitas vezes porque o livro já tem inúmeras resenhas por aí e eu concordaria com as opiniões da maioria delas. Em outros casos eu não sei mesmo como escrever o que eu achei do livro, penso que algumas histórias são simplesmente maravilhosas e dispenso quaisquer comentários adicionais. Depois de ter lido "Questões do Coração" (Emily Giffin -  Lindo!) e "Anna e o Beijo Francês" (Stephanie Perkins - Delicioso!!!), "As Vantagens de Ser Invisível" foi a grande surpresa da semana. 

        Ouvi falar do livro porque ele está sendo adaptado para o cinema com um elenco de deixar qualquer um esperando ansiosamente. Com nomes como Emma Watson (Harry Potter), Logan Lerman (Percy Jackson), Nina Dobrev (Vampire Diaries) e Kate Walsh (Private Practice), o filme está em processo de filmagem e até achei um cartaz que eu não sei se é montagem ou oficial, mas vou colocar aqui:






          Lindo, né? Espero que seja oficial!

       Continuando... Tendo visto comentários sobre como o livro era ótimo, resolvi correr atrás do meu exemplar. Só que para minha decepção eu não encontrava o livro em livraria nenhuma, virtual ou física. A solução foi encomendar, e eu estava disposta a tudo para ler esse livro. E valeu a pena!
       
     O personagem principal, Charlie, é um garoto de 16 anos que narra através de cartas suas desventuras durante o primeiro ano do segundo grau. O único amigo de Charlie até então comete suicídio e, de repente, Charlie começa a prestar atenção em sua própria existência. Sabe aquela antiga frase "Cabeça vazia é oficina do diabo"? Pois então, quando nosso protagonista resolve deixar os pensamentos correrem soltos, o que nasce disso é um estado de espírito bastante bipolar. E Charlie é assim, sensível e forte ao mesmo tempo, mas o que mais engrandece esse personagem é sua inocência diante dos bichos de sete cabeças que aparecem em seu cotidiano. Tudo é descrito com tanta inocência que choca. 

        Charlie nos conta que sua família sabe que ele precisa de ajuda para enfrentar a vida. Ele já tinha ido ao psiquiatra quando uma tia muito próxima faleceu. Depois desse episódio Charlie parece sensibilizado demais. Ele é um garoto que chora quando se emociona e não esconde isso de ninguém. E o mais legal, ele chora com tudo, feito uma mocinha! rsrsrs.  E isso não faz de Charlie um ser humano fraco. Ele presencia coisas muito ruins, e sempre põe sobre elas um olhar cuidadoso e questionador. Mais uma coisa fantástica sobre esse garoto: ele deseja que todos sejam felizes, e deseja de coração. Ele deseja a felicidade da garota por quem está apaixonado, mas que namora outro cara. Ele se sente feliz com qualquer demonstração de afeto vinda de outro ser humano e se emociona facilmente com as pequenas conquistas dentro de sua casa. Sua irmã mais velha está sempre mandando ele calar a boca, mas Charlie fica extremamente feliz quando ela lhe dá atenção. Agora se você pensa que Charlie é a versão feminina de "Pollyanna", não se engane...

       Eu gostaria de contar tudo sobre Charlie, mas acho que essa é uma leitura que cada um deve fazer sozinho. Como o próprio personagem ao descobrir a tristeza pelas perdas, a ânsia por novas amizades, as lições de como as drogas podem ser terríveis e os drogados serem indivíduos que precisam de atenção. Posso dizer que poucos livros mexeram comigo como "As Vantagens de Ser Invisível". Me sinto grata pela narrativa leve sobre temas pesados, e acima de tudo pelo olhar ingênuo e esperançoso de Charlie, que ainda acredita na bondade dos seres humanos mesmo quando os que deveriam tê-lo amado mais optaram por quebrá-lo por dentro. Esta é uma história sobre como se consertar, juntar os pedaços e se descobrir pessoa.

     "Foi uma experiência maravilhosa. É estranho descrever a leitura de um livro como uma experiência maravilhosa, mas foi o que eu senti. (...) E a melhor parte é que peguei o que a autora escreveu e adaptei à minha vida. Talvez seja isso o que significa ser um filtro. Não tenho certeza." (pág. 178)


segunda-feira, 30 de maio de 2011

"A Descoberta das Bruxas" de Deborah Harkness









Título: A Descoberta das Bruxas
Tradução de: A Discovery of Witches
Autora: Deborah Harkness
Editora:Rocco
Ano: 2011


      A pesquisadora Diana Bishop passou a vida tentando negar a sua verdadeira identidade. Filha única de pais bruxos, ela se torna órfã aos sete anos e passa a rejeitar as suas habilidades mágicas, determinada a se parecer com os humanos. Ao descobrir um misterioso manuscrito escondido há séculos, Diana traz à tona um mundo sobrenatural com demônios, vampiros e bruxas. A partir daí, a aventura de Diana por 1.500 anos de história está apenas começando. (Divulgação)



          Oi de novo, gente! Hoje vou falar sobre a minha leitura desse livro sobre magia para adultos. Eu esperava algo maduro no quesito magia, mas a verdade é que não tem nada novo sobre o assunto em "A Descoberta das Bruxas". 

              Me interessei pela história da personagem Diana Bishop por ela ser uma jovem americana que cursa pós-graduação em Oxford, na Inglaterra. Imaginei que seria bem diferente de bruxaria adolescente em escolas de ensino médio (não que eu tenha algo contra, muito pelo contrário). De fato, o começo do livro é interessantíssimo, com suas descrições da arquitetura e da vida que se leva dentro de uma Universidade do porte de Oxford. Junte a isso a especialização de Diana em História da Ciência e Alquimia e o livro estava ótimo, prometia ser diferente. Até Diana conhecer um cara, que, ironicamente, é um vampiro. E então estamos de volta ao clichê.

              Uma das coisas que mais me incomodou nesse "clichê", é que como toda boa personagem principal, Diana clamava ser uma mulher independente e feminista, mas, assim que conhece Matthew, o vampiro, passa a ser uma constante donzela em perigo. E o romance dos dois chega a níveis insuportáveis de melação. Aí eu fiquei indignada. Num momento Diana era uma mulher madura, estudiosa, e também uma bruxa com potenciais segredos a serem revelados. De repente ela era uma bruxa perseguida e assustada que só fazia dormir, tomar chá e suspirar de amor. Sério, não estou inventando nada disso!

              Esperei constantemente por novas explicações alquímicas para a magia, por Diana desenvolver seus poderes de bruxa e para saber mais sobre o tal livro misterioso com que Diana entra em contato, mas infelizmente, depois que começa a ser perseguida pelo Conselho das criaturas mágicas (bruxas, vampiros e demônios), Diana pula de uma cidade para outra agarrada ao vampiro "bonzinho" Matthew, que a chama por apelidos românticos e cafonas em francês o tempo todo. Me arrastei pela leitura até o fim do livro, que deixa margem para um segundo livro.

              "A Descoberta das Bruxas" tinha tudo para ser um livro ótimo, mas a autora não soube desenvolver seu enredo. No final do livro tive a sensação de que tudo não passou de um acréscimo constante de personagens para que um segundo livro fosse escrito. Em alguns momentos a narrativa fica maçante e repetitiva, cheia de passagens desnecessárias que só fizeram encher linguiça. Fico pensando em tantos autores que dizem ter seus livros "enxugados" por seus editores, e vejo essa história que realmente deveria ser enxugada, mas não foi.

           Dou 3 estrelas ao romance de estréia de Deborah Harkness, pela sacada inicial de falar sobre alquimia e pela pesquisa histórica, e nada mais. 



quarta-feira, 11 de maio de 2011

"Lonely Hearts Club" de Elizabeth Eulberg






Título: Lonely Hearts Club
Tradução de: The Lonely Hearts Club
Autora: Elizabeth Eulberg
Editora: Intrínseca
Ano: 2011
 
 
 
 
       Penny Lane Bloom cansou de tentar, cansou de ser magoada e decidiu: homens são o inimigo. Exceto os únicos quatro caras que nunca decepcionaram uma garota — John, Paul, George e Ringo. E foi justamente nos Beatles que ela encontrou uma resposta à altura de sua indignação: Penny é fundadora e única afiliada do lonely hearts club — o lugar certo para a mulher que não precisa de namorados idiotas para ser feliz. Lá, ela sempre estará em primeiro lugar, e eles não são nem um pouco bem-vindos. O clube, é claro, vira o centro das atenções na escola McKinley. Penny, ao que tudo indica, não é a única aluna farta de ver as amigas mudarem completamente (quase sempre, para pior) só para agradar aos namorados, e de constatar que eles, na verdade, não estão nem aí para elas. Agora, todas querem fazer parte do lonely hearts club, e Penny é idolatrada por dezenas de meninas que não querem enxergar um namorado nem a quilômetros de distância. Jamais. Seja quem for. Mas será realmente que nenhum carinha vale a pena?
 
 
 
 
           Pessoas queridas, como é bom se encantar por um YA que não seja da categoria fantasia, ainda mais quando tem tanta porcaria sendo escrita por aí ( e o que é pior, sendo publicada ).
           Que livro do sonhos é "Lonely Hearts Club"! É romântico sim, é fofo sim, mas nada piegas e cafona. Eu amei a Penny Lane e como ela se transformou no decorrer da estória. Acho que mais legal ainda é ter amado as personagens secundárias também. Os pais "beatlemaníacos" da Penny, o "Grande Idiota Tapado" Nate, as meninas do clube ( todas elas, e olha que eram muitas! ), principalmente a Diane e a Tracy; o Ryan, a Rita e por aí vai.

            Depois de falar dos personagens, resta dizer que a narrativa em primeira pessoa da Elizabeth Eulberg é muito boa. Com tantas histórias se fundindo e muitas reviravoltas, nada ficou perdido no caminho, na minha opinião pelo menos. E como as garotas vão se identificar com essa narrativa! Eu, que nem estou mais no ensino médio ( eufemismo perfeito para minha idade, hahaha ), me lembrei de como as coisas funcionavam se alguma amiga arrumasse um namorado. Até eu mesma. Era abandono de melhores amigas na certa! E como algumas garotas se esquecem de se arrumar para elas mesmas e se arrumam para agradar o namorado, perdem suas identidades... O Lonely Hearts Club, fundado por Penny, é mais do que um clube para meninas com o coração partido.

           Agora falando do Beatles ( yay Fernanda Reis, Mônica Bento e Mariana Azevedo! ). Eu não sou aquela fã, mas eu sempre digo que é porque eu não conheço muito dos Beatles, e, o que eu conheço até agora eu gosto muito. Entre os capítulos do livro tem várias citações de músicas com as quais o capítulo vai se identificar. Achei muito boa a escolha das músicas, afinal não dava para colocar todo o repertório dos Beatles no livro. E também tem vários momentos musicais em meio às reviravoltas na vida de Penny Lane e sua turma, rsrs. Não pude não lembrar de um momento fofo meu com o marido, que permitiu que o caso fosse contado, quando estávamos começando a namorar, num show da banda cover Hocus Pocus, na Universidade Federal de Viçosa, quando dançamos "While My Guitar Gentle Weeps" juntinhos. Awwwwwnnn.

           Então, CINCO estrelas brilhantes na calçada da fama para o livro "Lonely Hearts Club". Lindo, mágico, engraçado, romântico e tudo de bom.

               PS: Esqueci de contar que meus padrinhos e madrinhas de casamento entraram na igreja ao som de "With a Little Help from My Friends" !!!!

               Perdão pela post tão pessoal, gente! Fiquei emocionada com o livro :-\

               Beijo da Marcia

quarta-feira, 27 de abril de 2011

"Destino" de Ally Condie








Título: Destino
Tradução de: Matched
Autora: Ally Condie
Editora: Suma de Letras
Ano: 2011






          Em "Destino", primeiro livro de uma trilogia, a protagonista Cassia tem absoluta confiança nas escolhas que a Sociedade lhe reserva. Ter o futuro definido pelo sistema é um preço aparentemente pequeno a se pagar por uma vida tranquila e saudável e pela escolha do companheiro perfeito para formar uma família. Como a maioria das meninas, aos 17 anos, ela já está pronta para conhecer seu Par. Após o anúncio oficial, a menina sente-se mais segura do que nunca. Romântica, sonhava há anos com o momento do Banquete do Par, a cerimônia em que a Sociedade aponta aos jovens com quem irão casar. Quando surge numa tela o rosto de seu amigo mais querido, Xander - bonito, inteligente, atencioso, íntimo dela há tantos anos -, tudo parece bom demais para ser verdade.
       Na cerimônia, Cassia recebe um microcartão onde estão armazenadas todas as informações que precisa saber sobre seu futuro marido. Mas ao inseri-lo no terminal de sua casa, tem uma grande surpresa: a tela se apaga, volta a se acender por um instante, revelando um outro rosto, e se apaga de novo. É Ky Markham, um antigo vizinho, quem ela vê. Neste instante, o mundo de certezas absolutas que conhecia parece se desfazer debaixo de seus pés.
 
 
 
 
 
          Com tanta divulgação nas redes sociais, eu não sabia mais o que fazer de tanta ansiedade para colocar minhas mãos em "Destino"! Tendo lido o livro - fazendo muitas pausas, confesso - simbora falar o que achei. 

          No começo do livro a estória me prendeu bastante. Gostei da narrativa de Cassia, de sua honestidade e simplicidade. E tenho que admitir que ela fez um ótimo trabalho ao descrever seu melhor amigo, Xander. Ele é um garoto apaixonante. Sem entrar em detalhes sobre a aparência física do rapaz, somente através de diálogos, Xander vende seu peixe perfeitamente. Com isso, quero dizer que, como leitora, sentia o quão fofo e carinhoso, e amigo e gentil e tudo de bom Xander é. Talvez a autora devesse ter colocado mais defeitos em Xander, porque, quando o outro garoto, Ky, entra na vida de Cassia, por mais que ela descrevesse ele como lindo e misterioso, eu sempre torcia pelo Xander. 

           É compreensível que a protagonista sinta dúvidas quanto ao seu par independente de quem estivesse na jogada, uma vez que a Sociedade tira dos cidadãos qualquer direito de escolha. Eu conseguia entender o dilema de Cassia, mas mesmo assim  não consegui entender sua escolha. Acho que cada leitor vai se sentir diferente quanto a Xander e Ky. Isso faz do livro interessante ou não. 

           O que eu não gostei em "Destino", é que, depois de alguns capítulos a narrativa se arrastava. A personagem Cassia se arrastava. Não acho que todo mundo vá se sentir assim. Não posso esclarecer mais porque soltaria spoilers e não tenho essa intenção, por isso não vou dizer que o livro é ruim. Eu, Marcia, não gostei de alguns rumos que a narrativa tomou, mas tem gente que pode gostar.

           Terminei de ler o livro sem vontade de ler a continuação, "Crossed", embora algo me diga que reviravoltas poderão acontecer. Talvez quando "Crossed" for lançado no Brasil eu já esteja mais esperançosa quanto a Cassia e seus dilemas. Por enquanto deixo 3 estrelinhas e meia para "Destino", e afirmo até debaixo d'água : sou Team Xander ! ;-P

sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Quando cai o raio" de Meg Cabot







Título: Quando cai o raio
Tradução de: When lightning strikes
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Ano: 2011




        Quando cai o raio, isso só pode significar problemas - como Jessica Mastriani descobre ao ser pega de surpresa com sua melhor amiga Ruth em uma tempestade. Não que Jess tentasse evitar confusões, pelo contrário. Afinal, ela sempre acaba envolvida em brigas com o time de futebol e presa na detenção por meses sem fim...
       Pelo menos isso tinha seus pontos positivos, como se sentar ao lado de Rob, o motoqueiro mais gato da escola!
      Mas dessa vez o problema é sério... Porque, de alguma maneira, ao voltar para casa sob aquela tempestade, Jessica se vê com um talento inédito. Um incrível poder que pode ser usado para o bem... ou para o mal.





       Muito bom estar de volta com resenha de livro da Meg! Depois de uma temporada lendo livros em inglês, devorei "Quando cai o raio" em dois dias, enquanto de férias aqui na deliciosa Diamantina-MG. 

      No primeiro volume da série "Desaparecidos", Meg Cabot nos traz o relato da adolescente Jess, que foi atingida por um raio e de repente começou a sonhar sobre o paradeiro de pessoas desaparecidas. 

      Com muito bom humor e desenvoltura, Jess narra os acontecimentos que seguiram à queda do raio. Enquanto descreve sua rotina de escola, confusões, horas na detenção, paixonite e relacionamento familiar, Jessica deixa transparecer seus sentimentos e conflitos interiores, e, o que era para ser um relato objetivo, destinado ao FBI, se transforma em um tipo de diário pessoal. 

       Sem querer entregar nenhuma surpresa da estória, vou falar sobre os pontos positivos e negativos do livro. Primeiro quanto à narrativa: em primeira pessoa, desde o início explicada como sendo um relato ou "declaração" de Jessica, que é uma ótima narradora, já que sempre entrega seus pensamentos e sentimentos mais íntimos, fazendo o leitor rir muito. Jess é espontânea e isso faz sua narrativa ser leve mesmo quando ela trata de assuntos sérios. Me apaixonei por mais essa protagonista criada pela Meg!

        Os demais personagens também contam como ponto positivo para o desenvolvimento da narrativa. Os irmãos de Jessica, seus pais, sua melhor amiga, o pessoal da detenção, a atendente do "disque-desaparecidos". Acho que a maneira como Jessica os introduz em seu relato faz com que gostemos mais de alguns e menos de outros. Com isso quero dizer que é a Jessica, com seu jeitinho, que faz todos parecerem importantes, não a autora do livro, se é que vocês me entendem. 

         Me parece que os únicos pontos negativos são que vou ter que esperar pela continuação da trama, e que, como o livro original foi lançado nos EUA em 2001, é uma sacanagem eu só ter descoberto essa série em 2011! Um ultraje! 

          Lá vai a Meg Cabot me levando todos os elogios e estrelinhas possíveis... de novo!








sexta-feira, 4 de março de 2011

"Dezesseis Luas" de Margaret Stohl e Kami Garcia











Título: Beautiful Creatures: Dezesseis Luas
Tradução de: Beautiful Creatures
Autora: Margaret Stohl e Kami Garcia
Editora: Galera Record
Ano: 2011





   Ethan é um garoto normal de uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos e totalmente atormentado por sonhos, ou melhor, pesadelos com uma garota que ele nunca conheceu. Até que ela aparece...  Lena Duchannes é uma adolescente que luta para esconder seus poderes e uma maldição que assombra sua família há gerações. Mais que um romance entre eles, há um segredo decisivo que pode vir à tona.






    O primeiro livro da série "Beautiful Creatures" se revelou uma ótima surpresa para mim. Quando o comprei, não sabia nada sobre a série. Não sabia o que esperar, e, talvez por isso tenha sido tão bom descobrir o universo e mitologia criados por Stohl e Garcia.
    
     Vou contar o que me prendeu primeiro ao livro: as lendas dos estados do sul dos EUA. Depois de "Entrevista com o Vampiro" e  "True Blood" comecei a me interessar por como as pessoas nessa região são marcadas pela superstição. E é interessante também como a cultura é tão parecida com a brasileira no que diz respeito a colonização escravocrata, a força das crenças religiosas e da feitiçaria e até mesmo o tipo de clima, quente e úmido.

      Além desses detalhes, a diferença de ter uma narrativa feita por um garoto ao invés de uma garota também chamou minha atenção. Eu queria ver se duas mulheres seriam capazes de sustentar uma narrativa masculina que envolve romance. Tá certo que o Ethan não é nenhum machão, mas a sensibilidade dele não ficou forçada, consegui dar crédito ao personagem.

      Lena também é uma personagem muito bem escrita. Ela tem seus momentos de "Carrie, a estranha", mas fora isso eu a achei fofa demais. Sensível, corajosa, apaixonada. Num momento em que vemos tantas personagens femininas bem escritas nos YA books, Lena tem seu diferencial.

      Acredito que o que torna o enredo e os personagens de "Dezesseis Luas" tão perfeitos é mesmo o embasamento histórico do livro somado a uma mitologia forte. A mitologia consegue envolver o leitor porque ela se desenrola fácil de ser entendida. Com isso não quero dizer que seja previsível, longe disso, mas sim que o leitor consegue ver continuidade e perceber a inteligência injetada na criação da trama. Muitas palmas pras autoras por esse mérito! 

      Um romance com magia branca e negra, vodu, poesia, caça às bruxas, drama familiar, história, velhinhas engraçadíssimas e uma "Sweet Sixteen" nada tradicional! Cinco estrelas pro surpreendente  e ótimo "Dezesseis Luas", um dos muito esperados lançamentos do "Verão Sobrenatural" da editora Galera Record.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"Just Listen: A garota que esconde um segredo" de Sarah Dessen











Título: Just Listen: A garota que esconde um segredo
Tradução de: Just Listen
Autora: Sarah Dessen
Editora: Farol
Ano: 2010
 
 
 
 
 
       Depois de ter sido pega com o namorado da melhor amiga numa festa, Annabel Green começa o ano letivo sendo ignorada pelo resto da escola. Mas o que realmente aconteceu naquela noite ainda é segredo, que ela não se arrisca a contar para ninguém.
       Os problemas de Annabel são explicitados pela recusa da família em admitir os próprios problemas: a fissura da mãe para que as filhas virem modelos famosas e Whitney, a irmã do meio, que sofre de anorexia.
      Uma amizade com Owen, o DJ da rádio comunitária, que tenta constantemente ampliar os gostos musicais de Annabel, fará a tímida jovem a aprender a falar a verdade, doa em quem doer.
       Ele tem uma missão quase impossível: fazer com que Annabel "Não pense nem julgue. Apenas ouça".
 
 
 
 
 
       É com muito prazer que venho falar deste livro encantador. "Just Listen" foi uma recomendação da minha irmã, a Mônica, que o colocou na listinha de livros que ela gostaria de ganhar. Achei o título interessante, embora temesse que fosse um livro que falasse sobre  música o tempo inteiro. Mas não foi assim. Admito que quando pus os olhos na capa do livro, não gostei. "Que capa mais sem graça", foi o que pensei. Mas mesmo cheia de dúvidas, confiei no gosto da Mônica e comprei o livro.
 
      A história é narrada em primeira pessoa, pela Annabel, a personagem central do livro. Apesar de trabalhar como modelo teen - o que pode nos levar a pensar que ela seja uma garota bobinha - Annabel é uma jovem bastante madura. Isso contribui para quebrar o tabu de que modelos são fúteis. Na verdade, as duas irmãs mais velhas de Annabel também foram modelos, e, de diferentes maneiras, seguiram caminhos de crescimento pessoal durante a história.
 
       Annabel esconde um segredo que a atormenta e impede que ela se relacione com outras pessoas de maneira honesta. Ela não consegue se abrir e deixar os outros a verem como ela realmente é. A maioria dos colegas da escola pensam que ela é uma vadia por ter ficado com o namorado da amiga Sophie, mas Annabel não consegue explicar o que realmente aconteceu. A anorexia crônica que sua irmã Whitney vivia estava na cara, mas Annabel não se sentia capaz de gritar para os seus pais "Vocês não estão vendo que ela está se matando?". Então a garota leva consigo os problemas do mundo.
 
        É quando Owen entra na história. Ele já estudava com Annabel, mas era visto por ela e por todos como um encrenqueiro. Só que, quando Annabel passa a ser ignorada pelas amigas, ela vai se sentar no muro dos excluídos na hora do intervalo. Lá ela começa a prestar atenção em Owen, que está sempre com fones nos ouvidos, e se pega imaginando que tipo de música ele estaria ouvindo.
 
         Quando Annabel entra em uma briga com a tal ex-amiga Sophie, Owen a ajuda a se recuperar e dá carona a ela depois da aula. A amizade que cresce a partir de então é muito interessante. É sólida e não parece haver outros interesses envolvidos. Acho que isso faz com que o leitor torça mais ainda para que Annabel e Owen fiquem juntos. 
 
         Quanto ao segredo de Annabel, a autora vai dando pistas ao leitor ao longo do livro. Então, quando chegamos a conhecer o segredo, ele nos surpreende pela forma com que Annabel lidou com a situação, mais do que pelo fato da "situação" em si.
 
          Eu não posso contar tudo sobre o livro, mas posso dizer que gostaria que ele fosse adaptado para o cinema e até imaginava uma certa atriz fazendo a Annabel (isso eu guardo pra mim, rs). É uma história linda, que mereceu todos os prêmios que ganhou (Booksense Top Ten Pic, ALA Best Book for Young Adults, YALSA Teen's Top Ten). Dou 5 ESTRELAS com muito carinho para esse livro todo especial!
 
         "Don't think or judge. Just listen." (And read!!!)
 
          xoxo
          Marcia